O ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, concedeu uma entrevista exclusiva ao portal Oeste Cidade, Bolsonaro abriu o jogo sobre os rumos do país, sua visão sobre o atual cenário político, os desafios enfrentados durante seu governo e, principalmente, sua intenção firme de disputar novamente a Presidência da República nas eleições de 2026.
“Nunca imaginei ser presidente, mas o povo me escolheu, e hoje tenho a mesma vontade de continuar servindo ao Brasil. E afirmo quero ser candidato e estou preparado para o que vier. Acredito que posso ajudar o país mais uma vez.”
Durante a conversa, Bolsonaro falou de temas que marcaram seus quatro anos de governo. Um dos pontos mais destacados foi sua gestão voltada ao fortalecimento do agronegócio. Segundo ele, o setor foi uma das bases de sustentação da economia brasileira durante a crise global da pandemia e do pós-pandemia.
“Investimos pesado no agro, abrimos mercados no mundo inteiro, fizemos acordos bilaterais, fortalecemos a imagem da carne brasileira. O produtor rural sabe o que fizemos por ele. O MST não gosta de mim, e eu também não tenho simpatia por invasores. No meu governo, resolvemos essa questão com firmeza e respeito às leis.”
Ao falar de sua base política, Bolsonaro citou o carinho da população do interior paulista, em especial da região de Presidente Prudente:
“É emocionante. Esse carinho aqui me toca. Prudente é uma cidade de gente que trabalha, que acredita no Brasil, no progresso. Tenho muito respeito por essa região. Onde eu vou, o povo me acompanha. Isso é muito bom.”
Democracia, censura e liberdade de expressão
Outro tema abordado por Bolsonaro foi a liberdade de expressão, que ele considera um dos pilares fundamentais da democracia. O ex-presidente voltou a criticar o que chama de “censura institucionalizada”, mencionando restrições que enfrentou no uso das redes sociais.
“Fui censurado. Muitas vezes não pude fazer lives, não podia me comunicar com a população. Isso é grave. Uma democracia plena não pode conviver com esse tipo de cerceamento. Falar a verdade não pode ser crime.”
Em tom descontraído, ele também comentou o episódio recente em que sugeriu, ironicamente, o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, como seu vice na chapa de 2026.
“Foi uma brincadeira, claro. Um momento para aliviar a tensão. Eu sempre gostei de usar o bom humor, mesmo nas situações difíceis. Quem me conhece sabe disso. Passou.”
Ministros com autonomia e resultados
O ex-presidente também destacou que sua gestão foi marcada por autonomia ministerial, o que, segundo ele, gerou resultados concretos.
“Meus ministros tinham liberdade para trabalhar. Todos sabiam o que fazer, e isso fez a diferença. Colocamos gente técnica nos cargos certos. O Brasil ganhou com isso. As ações do Tarcísio, da Damares, do Salles, do Paulo Guedes, estão aí até hoje para mostrar.”
Caminho até 2026: e apoio nas ruas
Apesar de ainda não oficializar sua candidatura, Bolsonaro deixou claro que se coloca a disposição, percorrendo o país e se reunindo com lideranças políticas, empresários, representantes de diversos setores e apoiadores. Em Prudente, ele também participa da abertura da Feicorte, feira internacional voltada ao setor de proteína animal, que reúne os principais nomes da cadeia produtiva do boi.
O ex-presidente tem feito movimentações estratégicas nos bastidores, reunindo aliados e reforçando sua base nos estados do interior, com forte apelo entre conservadores e o setor ruralista.
“O Brasil precisa voltar a crescer com liberdade, com responsabilidade fiscal, com respeito à Constituição. E eu me coloco à disposição do povo brasileiro. Vamos trabalhar com seriedade e amor à pátria”, completou.
Ameaça à liberdade em questionar sistema eleitoral
Durante a entrevista, o ex-presidente expressou preocupação com propostas que, segundo ele, representam uma ameaça à liberdade de opinião e ao direito de questionar o sistema eleitoral.
“Existe um projeto no Senado que prevê até sete anos de cadeia para quem questionar as eleições. Isso é grave. Estão tentando preparar o terreno para 2026, para impedir que a gente fale, questione, discuta. A democracia não pode virar uma ditadura do silêncio”, alertou.
Segundo Bolsonaro, esse tipo de iniciativa representa uma tentativa clara de calar opositores e impor uma narrativa única.
“Quem tem certeza da vitória, não precisa silenciar os outros. Liberdade de expressão é base da democracia”, pontuou.
Bolsonaro segue com prestígio
A visita do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro a Presidente Prudente vai além de um simples ato político ou de agenda pública. Ela representa a reafirmação de seu protagonismo no cenário político brasileiro, mesmo sem ocupar atualmente um cargo eletivo. Em meio a um ambiente nacional marcado por intensa polarização, investigações judiciais e disputas narrativas, Bolsonaro mostra que sua força política continua intacta – e, em muitos aspectos, crescente.
A visita confirma, portanto, que Jair Bolsonaro permanece como uma figura central do debate público nacional. Com ou sem mandato, segue influenciando agendas, mobilizando massas e pautando a política brasileira com a mesma intensidade que marcou seus quatro anos de governo.