21.8 C
Presidente Prudente
5 de julho de 2025
Oeste Cidade
GERAL

Coleta de dados em farmácias preocupa Procon e causa desconforto em clientes de Presidente Prudente

A coleta sistemática de dados pessoais por farmácias, especialmente a exigência do CPF no ato da compra, está gerando desconforto entre consumidores de Presidente Prudente e virou alvo de atenção do Procon-SP. A prática, cada vez mais comum nas redes de drogarias, preocupa autoridades de defesa do consumidor pela falta de transparência quanto ao uso e ao possível compartilhamento dessas informações.

De acordo com uma pesquisa recente do Procon-SP, realizada entre os meses de maio e junho, 86% dos consumidores ouvidos afirmaram desconhecer como seus dados são utilizados após serem fornecidos às farmácias. Apenas 14% disseram ter plena compreensão sobre o tratamento dessas informações. O estudo contou com a participação de 1.378 pessoas e foi divulgado nesta quinta-feira (26).

Reações em Presidente Prudente

Em Presidente Prudente, a situação se repete e tem causado incômodo em clientes locais. Muitos afirmam que são abordados com insistência para informar o CPF, mesmo em compras simples e de baixo valor — sem que haja explicações sobre a finalidade do dado.

“Fui comprar um analgésico e, antes mesmo de saber o valor, o atendente já pediu o CPF. Quando perguntei o motivo, ele disse que era ‘pra gerar desconto’, mas não explicou nada além disso”, contou o comerciante Carlos Eduardo Silva, de 43 anos.

A atendente de telemarketing Ana Paula Ferreira, de 29 anos, também relata situações semelhantes:

“Eu me sinto pressionada. Quando recuso, o preço muda na hora. Fica parecendo que a gente é obrigado a aceitar, sem saber o que está por trás disso.”

A estudante Bruna Lima, de 22 anos, disse ter desistido de finalizar uma compra em uma farmácia do Centro após insistência do atendente:

“Eu perguntei se tinha como pagar sem dar o CPF e ele respondeu de forma ríspida. Achei desnecessário e deixei o produto no balcão.”

Procon cobra explicações com base na LGPD

O Procon-SP lembra que, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), os estabelecimentos comerciais são obrigados a informar:

  • A finalidade da coleta dos dados;

  • Com quem as informações são compartilhadas, como laboratórios ou operadoras de saúde;

  • Se há monetização envolvida no uso dessas informações.

“A simples alegação de que o CPF é necessário para aplicar desconto não é suficiente. O consumidor tem direito a saber como seus dados serão usados, e pode recusar o fornecimento caso não receba informações claras”, destaca o órgão.

Falta de conhecimento sobre o preço dos medicamentos

Além da questão do uso de dados, a pesquisa revelou que a maior parte da população desconhece os mecanismos de controle de preços de medicamentos no país. Os dados mostram que:

  • 74,8% dos entrevistados não sabiam que os remédios têm preço máximo regulado pela Anvisa;

  • 24,8% dos que conhecem o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) não sabem como consultar a tabela oficial;

  • 40,5% acreditam que o consumidor não possui informações suficientes para fazer escolhas bem fundamentadas na hora da compra.

Comparação de preços será divulgada

Na próxima terça-feira (1º/7), o Procon-SP promete divulgar uma pesquisa comparativa de preços de 72 medicamentos vendidos em farmácias físicas e 67 itens encontrados em plataformas digitais. O objetivo é alertar para as variações de preços e ampliar a transparência.

Segundo dados preliminares, há diferenças de até 13% nos preços médios de medicamentos genéricos entre lojas online e físicas. Em alguns casos, a variação ultrapassa 2.000% para um mesmo produto, com a mesma dosagem e apresentação.

O que fazer se o CPF for solicitado

O Procon orienta os consumidores a questionarem o motivo da coleta de dados, e caso não haja explicações adequadas, a registrarem uma reclamação formal. Em Presidente Prudente, o atendimento pode ser feito presencialmente no posto local do Procon ou pela plataforma digital da Fundação Procon-SP.

O acesso à informação é um direito básico. Não é porque uma farmácia oferece desconto que ela pode se eximir de seguir a legislação sobre dados pessoais”, reforça a instituição.

Relacionados

TRE-SP rejeita recurso por inelegibilidade e mantém nos cargos prefeito Tupã e vice Osanan Júnior em Presidente Prudente

Redação Oeste Cidade

Transformação na saúde: Prudente inaugura primeira unidade da Rede Lucy Montoro

Redação Oeste Cidade

Deputado Mauro Bragato solicita ao governo de SP instalação de centro TEA Paulista em Presidente Prudente

Redação Oeste Cidade

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no nosso site. Ao utilizar o nosso site, você concorda com os cookies. Aceitar Rejeitar