A partir desta terça-feira (1º de julho), os usuários do transporte intermunicipal rodoviário e suburbano de passageiros, assim como motoristas que trafegam pelas rodovias da região de Presidente Prudente, passarão a pagar mais caro pelos serviços. As tarifas terão um reajuste de 5,32%, conforme anunciado pela Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp).
O aumento segue o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses, principal indicador da inflação no país, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Artesp, o índice foi escolhido por refletir diretamente o poder de compra da população e garantir previsibilidade ao setor de transporte.
Transporte Intermunicipal
O reajuste atinge as linhas de ônibus intermunicipais e suburbanas em todo o Estado de São Paulo. A Artesp justifica a medida com base em análises técnicas e pareceres jurídicos, afirmando que o aumento é necessário para manter a sustentabilidade dos contratos e a continuidade dos serviços prestados.
“O reajuste tarifário, conforme entendimento da Procuradoria Geral do Estado, não é uma obrigação legal ou contratual, mas sim uma decisão administrativa baseada em critérios de conveniência e oportunidade”, informou a agência em nota.
O que dizem as empresas
A empresa Jandaia já informou, por meio de seu site oficial, que repassará o reajuste de 5,32% nas tarifas a partir desta terça-feira para os usuários do transporte.
Já a empresa Andorinha, até o momento, não divulgou quando começará a aplicar o novo percentual, em seu site o valor para quem comprar ainda e o mesmo e não teve alterações.
Aumento nos Pedágios
Além do transporte, os pedágios também sofrerão reajuste nas rodovias concedidas à iniciativa privada. Entre elas, está a Rodovia Raposo Tavares (SP-270), importante via de acesso e escoamento na região de Presidente Prudente. O aumento foi autorizado pela Artesp e publicado no Diário Oficial do Estado em 24 de junho.
Os novos valores entram em vigor também no dia 1º de julho, com percentuais que variam entre 5% e 5,38%, dependendo da praça de pedágio. Veja os valores atualizados:
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🛣️ Praça de Pedágio – Rancharia
Tarifa anterior: R$ 9,90
Nova tarifa: R$ 10,40
Aumento: R$ 0,50 (+5,05%) -
🛣️ Praça de Pedágio – Regente Feijó
Tarifa anterior: R$ 9,90
Nova tarifa: R$ 10,40
Aumento: R$ 0,50 (+5,05%) -
🛣️ Praça de Pedágio – Presidente Bernardes
Tarifa anterior: R$ 13,00
Nova tarifa: R$ 13,70
Aumento: R$ 0,70 (+5,38%) -
🛣️ Praça de Pedágio – Caiuá
Tarifa anterior: R$ 9,80
Nova tarifa: R$ 10,30
Aumento: R$ 0,50 (+5,10%)
Para veículos comerciais, o valor por eixo adicional segue a regra proporcional — metade da tarifa base. Por exemplo, um caminhão com dois eixos adicionais pagará R$ 20,80 na praça de Rancharia (R$ 10,40 + R$ 10,40).
Repercussão entre Motoristas e passageiros de ônibus
O reajuste, ainda que tecnicamente justificado, gerou insatisfação entre os motoristas e profissionais que utilizam as rodovias com frequência e os passageiros que precisam utilizar ônibus intermunicipal
Eduardo Nascimento, caminhoneiro, lamenta mais um aumento nos custos operacionais. “Já enfrentamos muitos custos no dia a dia, como combustível e manutenção, e esse aumento no pedágio só aumenta as despesas, tornando o trabalho mais difícil”, afirma.
Luciana Prado, representante comercial, aponta o impacto direto no orçamento mensal. “Para quem utiliza a rodovia diariamente, o acréscimo parece pequeno, mas no acumulado no fim do mês pesa bastante no bolso”, comenta.
Carlos Henrique da Silva, estudante universitário que se desloca diariamente de ônibus para Presidente Venceslau, diz que o reajuste vai pesar no orçamento: “Pago passagem todo dia para estudar. Esse aumento de mais de 5% é alto pra quem já luta pra manter os estudos.”
Para professora Maria do Carmo Lima, que utiliza o transporte para consultas médicas em cidades vizinhas, também se mostrou insatisfeita: “Já é difícil com remédio, exame, tudo caro. Agora a passagem sobe e não tem nenhum benefício. Só piora.”
Justificativa da Artesp
Em nota oficial, a Artesp reforça que os reajustes são parte do processo contratual anual das concessões e visam manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, além de garantir a continuidade de serviços essenciais como manutenção, operação e investimentos nas estradas.
“A atualização tarifária é amparada por pareceres técnicos e jurídicos e ocorre dentro de um processo transparente, como determina a legislação vigente”, destacou a agência.