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27 de agosto de 2025
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POLÍCIA

investigação iniciada em Rosana desmantela organização criminosa

A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio do 1º Distrito Policial de Rosana/Primavera e da Unidade de Inteligência Policial do DEINTER-8, em conjunto com o Ministério Público, deflagrou na manhã desta quarta-feira (27) a Operação Cineris, que desmantelou uma sofisticada organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro. As investigações, que duraram três anos, revelaram um esquema internacional de ocultação de valores ilícitos, movimentando quase meio bilhão de reais.

Esquema sofisticado de lavagem

O núcleo do grupo, formado por cidadãos de origem chinesa, criava e movimentava empresas de fachada destinadas exclusivamente ao branqueamento de valores. Para aumentar a sofisticação e dificultar o rastreamento, chegaram a contratar os serviços de uma fintech especializada em terceirização de operações de lavagem, que funcionava como uma verdadeira “lavanderia do crime”.

As apurações tiveram início após um morador de Rosana (SP) ser vítima de golpe virtual. A partir daí, descobriu-se que o grupo aplicava fraudes em milhares de pessoas em todo o Brasil, por meio de um site hospedado na Turquia, que simulava investimentos e prometia falsos rendimentos.

Os valores obtidos eram recebidos em contas abertas com uso de “laranjas” em bancos digitais. Em seguida, os chineses assumiam o controle dessas contas e direcionavam os recursos para empresas de fachada, fintechs e gateways de pagamento, promovendo a dissimulação e posterior retorno dos valores já lavados para os integrantes da organização.

Operação cumpriu mandados de prisão e busca. Justiça determinou bloqueio de R$ 480 milhões e suspensão de empresas.

Lavagem para outras facções

Segundo a Polícia Civil, a fintech contratada não atuava apenas para o grupo sino-brasileiro, mas também oferecia serviços de branqueamento a outros segmentos criminosos, movimentando cifras milionárias. Dessa forma, o esquema completava todo o ciclo da lavagem de capitais, com repasses inclusive para facções criminosas.

As investigações apontam ainda que o grupo escoava parte do dinheiro para fora do país, o que foi reforçado por registros de viagens frequentes dos investigados ao continente asiático.

Operação e medidas judiciais

A ação desta quarta-feira teve como objetivo o cumprimento de sete mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão domiciliar nas cidades de São Paulo, São José dos Campos e Ibiúna.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 480 milhões, a suspensão das atividades econômicas de quatro empresas utilizadas no ciclo de lavagem, o sequestro de sete veículos automotores e a proibição de contato entre os investigados. A Polícia Federal também foi comunicada para providenciar a suspensão dos passaportes dos alvos.

A operação mobilizou 97 policiais civis, distribuídos em 23 equipes e 25 viaturas, além de contar com apoio tático de unidades especializadas como GOE-DEIC-8, GER e GARRA/DOPE, totalizando mais 24 agentes.

Impacto no crime organizado

De acordo com os delegados responsáveis pela investigação, Dr. Edmar Rogério Caparroz e Dr. Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, a operação representa um duro golpe contra o crime organizado, que vinha utilizando o território paulista como base para o escoamento de vultosos recursos ilícitos.

“A Operação Cineris demonstra a capacidade da Polícia Civil em atuar de forma integrada e estratégica contra organizações criminosas, preservando a integridade do sistema financeiro e desarticulando esquemas que afetam diretamente a economia e a segurança pública”, destacou a coordenação.

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