Mais um passo foi dado rumo à implantação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) na região de Presidente Prudente. Na última terça-feira (30), prefeitos, secretários de saúde e equipes técnicas de diferentes municípios se reuniram para discutir os custos do projeto e avaliar os locais de instalação da Central de Regulação de Urgências (CRU) e das bases descentralizadas.
Ao final do encontro, foi formado um grupo condutor com 20 profissionais técnicos e gestores da saúde, responsável por estruturar o projeto e encaminhá-lo para aprovação junto aos municípios participantes.
Estrutura prevista
Duas cidades apresentaram interesse em sediar a CRU, que será responsável por receber os chamados e organizar o envio das equipes: Presidente Venceslau e Teodoro Sampaio. O projeto prevê a criação de 20 bases descentralizadas, divididas em cinco regiões, além da instalação de sete Unidades de Suporte Avançado (USA) e 20 Unidades de Suporte Básico (USB).
O prefeito de Teodoro Sampaio, Juninho Poceiro, ressaltou a urgência da implantação do serviço.
“Meu município está a mais de 100 quilômetros de Prudente, que hoje é a referência para esse tipo de atendimento. Ter o SAMU acelera o tempo de resposta e aumenta as chances de sobrevivência do paciente. É preocupante o fato de só a nossa região ainda não contar com esse serviço no Estado de São Paulo”, afirmou.
Na mesma linha, o secretário de Saúde de Anhumas, Mario Henrique Machado, reforçou a necessidade da implantação.
“Somos a única região do Estado de São Paulo sem o SAMU. Enquanto enfermeiro, sei o quanto esse serviço é essencial, pois leva atendimento especializado e de qualidade já no local da ocorrência. Quem ganha é a população”, destacou.
Cláudio Monteiro, diretor de Saúde do Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista (CIOP), lembrou que o projeto exige cooperação entre os municípios.
“É uma proposta complexa e que demanda união de esforços. Estamos trabalhando juntos para oferecer mais qualidade no atendimento de saúde à população”, disse.
O SAMU abrangerá 45 municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS) XI, além de Bastos e Flórida Paulista, pertencentes ao DRS X, totalizando cobertura a mais de 800 mil habitantes.

Integração com serviços existentes
O funcionamento do SAMU é baseado em uma Central de Regulação que avalia cada chamado e encaminha o tipo de ambulância adequado à ocorrência, garantindo atendimento imediato no local e encaminhamento do paciente à unidade de saúde mais capacitada.
Segundo os organizadores, o serviço não substituirá as ambulâncias já existentes nos municípios, que continuarão com suas rotinas. Pelo contrário, funcionará como complemento à rede de saúde.
“É importante ressaltar que o SAMU vem para somar, não para substituir. São mais ambulâncias chegando para a região, aumentando as chances de sobrevivência dos pacientes e reduzindo riscos de sequelas”, explicou Cláudio Monteiro.
Como funcionará o atendimento
O SAMU contará com dois tipos de veículos:
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Unidade de Suporte Básico (USB): com condutor socorrista e técnico de enfermagem;
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Unidade de Suporte Avançado (USA): com condutor socorrista, médico e enfermeiro.
Ambas as equipes iniciam os protocolos de atendimento ainda no local da ocorrência. Após a avaliação, a CRU define o hospital mais adequado, levando em conta a proximidade e a capacidade da unidade em receber o paciente. Esse sistema evita deslocamentos desnecessários e reduz a sobrecarga em hospitais de referência.
Além disso, o projeto prevê a criação de um Núcleo de Educação Permanente (NEP), responsável pela capacitação contínua dos profissionais envolvidos.
Próximos passos
Os municípios têm até o dia 10 de outubro para avaliar os custos e formalizar a adesão ou a desistência de participação no projeto. Enquanto isso, o grupo condutor trabalha na finalização do desenho do sistema para avançar na implantação.