A safra brasileira de sorgo deverá ser bem maior em 2025 — e não é um detalhe. A Conab projeta avanço de 35%, chegando perto das seis milhões de toneladas.
O que isso revela? Primeiro, que o produtor brasileiro está diversificando cada vez mais sua aposta fora do milho, impulsionado pelo custo-benefício do sorgo em regiões mais secas. Segundo, que o aumento de 23% na produtividade indica que a tecnologia e a adaptação da cultura ao nosso solo começam a dar retorno.
Se confirmada, essa colheita pode reposicionar o sorgo no mercado de rações e até abrir novas portas para exportação. O desafio, como sempre, será transformar o bom resultado de campo em ganho de mercado — e não apenas em estatística.
Queda na cotação do trigo
A queda na cotação do trigo no campo, registrada em agosto e mantida nos primeiros dias de setembro, não surpreende. No Paraná, a tonelada pouco acima de R$ 1.400, e no Rio Grande do Sul, próxima de R$ 1.300, refletem não apenas o início da colheita, mas também a dinâmica de um mercado que segue pressionado.
O fato de os moinhos estarem bem abastecidos ajuda a explicar o ritmo mais lento dos negócios. Porém, chama a atenção como o produtor fica sempre na ponta mais frágil dessa equação: custos elevados de produção de um lado, preços recuando do outro.
O desafio será atravessar a safra sem ampliar perdas. E, diante de um cenário global em que o trigo ainda vive instabilidade — seja pela guerra no Leste Europeu, seja pela oscilação do dólar —, é difícil prever até quando o atual patamar de preços se sustentará.
