O preço do leite longa vida registrou um aumento em torno de 10% no início do mês de junho em Presidente Prudente. O reajuste, que pesa diretamente no bolso dos consumidores, também afeta outros setores da economia local, especialmente os que dependem do leite como matéria-prima, como padarias, sorveterias, cafeterias e confeitarias.
A variação foi identificada pela Empresa Júnior da Toledo Prudente Centro Universitário, por meio do Índice de Preços Toledo (IPT), realizado em supermercados e hipermercados da cidade no dia 04 de junho. Segundo a diretora administrativa da empresa, Larissa Ramos do Carmo, mesmo com o aumento no valor do leite, a melhor dica é pesquisar. “O consumidor pode encontrar diferenças de mercado para mercado na cidade. A pesquisa continua sendo a principal aliada na hora de economizar”, destaca.
De acordo com o economista financeiro Douglas Verdeiro de Souza, esse tipo de elevação é comum nesta época do ano. “A seca prejudica o pasto, o que encarece a alimentação do gado. Isso eleva o custo de produção do leite, e essa alta, inevitavelmente, chega ao consumidor final”, explica.
Para minimizar o impacto no orçamento, o especialista também orienta os consumidores a compararem preços entre diferentes estabelecimentos. “É possível encontrar variações significativas entre supermercados e lojas de bairro, especialmente em tempos de reajuste”, afirma Souza.
Apesar do cenário atual, a expectativa é de melhora. “A tendência é de uma queda gradual a partir de novembro, quando as condições climáticas devem melhorar e a produção se estabiliza”, completa o economista.
Consumo se mantém, mesmo com preços altos
Mesmo com o aumento, muitos consumidores relatam que não deixaram de comprar leite. Nos últimos três meses, o preço do litro do leite UHT ultrapassou a marca dos R$ 6 em supermercados, sendo possível encontrá-lo por menos apenas em promoções pontuais.
“A gente percebe que está mais caro, mas leite é essencial aqui em casa. Mesmo com o preço nas alturas, continuamos comprando”, disse a aposentada Maria do Carmo, de 67 anos.
A estudante Luana Ribeiro, de 22 anos, também sentiu o impacto. “Antes eu comprava duas caixas por semana. Agora estou sempre procurando promoção, mas não deixo de comprar porque uso no café da manhã e para cozinhar”, contou.
Já o comerciante João Santana, dono de um mercado no bairro Ana Jacinta, afirma que o aumento mexeu com os custos do negócio. “O leite é base de várias bebidas que vendo. Mesmo com o aumento, não tem como tirar. Só tentei negociar com fornecedores e ajustar preços de alguns itens”, explicou.
Para a dona de casa Juliana Freitas, mãe de dois filhos pequenos, o leite continua sendo item indispensável. “As crianças tomam leite todo dia. A gente sente o impacto no orçamento, claro, mas corta outras coisas. O leite não dá para tirar”, disse.
Enquanto o alívio não chega, consumidores e comerciantes seguem buscando estratégias para lidar com o aumento temporário no preço de um dos produtos mais tradicionais da mesa dos prudentinos.