A sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (30) fugiu completamente do protocolo e virou palco de uma crise interna sem precedentes. Antes mesmo do início oficial dos trabalhos no plenário, uma discussão acalorada entre o vereador Izaque Silva e o procurador jurídico da Casa, Fernando Monteiro, quase terminou em agressão física na sala de reuniões dos vereadores.
Segundo relatos de bastidores, o clima esquentou quando Izaque Silva cobrou diretamente o procurador sobre os atrasos na emissão de pareceres jurídicos sobre seus projetos de lei. A conversa rapidamente evoluiu para gritos e troca de acusações, e só não passou para a agressão física porque outros vereadores e assessores intervieram no chamado “turma do deixa disso”.
Mas o bate-boca nos bastidores foi apenas o começo. Já no plenário, Izaque levou a indignação à publico e fez um discurso contundente, acusando perseguição política dentro da Câmara. “Meus projetos não andam! Estão sendo engavetados, enquanto outros correm com rapidez. Isso é perseguição e desrespeito ao meu mandato”, afirmou.
Ao questionar o tempo que a procuradoria leva para dar parecer aos projetos, o presidente da Câmara respondeu que o prazo regimental é de 10 dias. Izaque reagiu com veemência: “Então por que os meus projetos levam muito mais? Por que os prazos não são cumpridos comigo? A resposta é simples: porque tem perseguição!”.
O vereador foi além e atacou diretamente o que chamou de privilégios internos e a concentração de poder:
“Aqui não pode ter um todo-poderoso! Não estamos numa monarquia. Tem gente que se acha acima da Câmara. Isso aqui não é o feudo de ninguém!”, disparou, em tom exaltado.
Em um dos trechos mais polêmicos, Izaque afirmou com todas as letras: “Tem marajá nesta Casa! E todos sabem disso. Gente que ganha muito, faz pouco e se acha dono da verdade. Isso precisa acabar!”
A fala gerou murmúrios, desconforto evidente entre os vereadores e constrangimento entre os servidores presentes. Nenhum parlamentar saiu em defesa do procurador ou do vereador, mas fontes internas afirmam que a situação gerou mal-estar generalizado e deve repercutir fortemente nos bastidores políticos da cidade.
Ouça um trecho de áudio, já no plenário, onde Izaque Silva cobra um posicionamento e faz críticas:
Tentamos ouvir todos envolvidos, mais ninguém quis se manifestar oficialmente. Nos corredores, o clima ainda era de tensão nesta manhã na câmara de vereadores.