É simples: perseguem porque ele não foi feito no molde do sistema. O establishment esperava mais um político domesticado, mas recebeu um homem que falava o que pensava — e pensava o que falava. Um erro técnico grave para quem vive de discursos prontos e notas de assessoria.
Aí resolveram “corrigir o bug”: desligaram o microfone, apertaram o botão do processo e disseram — “Agora sim, voltamos ao normal”. Só esqueceram de um detalhe: o Wi-Fi da indignação continua funcionando.
Tentar enterrar Bolsonaro vivo virou o novo esporte nacional. Mas o problema é que ele parece gato — tem sete vidas e um perfil ativo em todas elas. Bloqueiam ele aqui, ressuscita ali, e as curtidas continuam brotando como mato em calçada pública.
E o mais curioso? Os mesmos que subiram nas costas dele para chegar onde estão, hoje fingem que nunca o viram. É tipo novela: na primeira temporada juravam amor eterno; agora dizem que foi só um “trisal político” mal interpretado.
No fim, não se trata de um homem — mas de um incômodo coletivo. Um espelho que muitos preferiam quebrar, mas que insiste em refletir o que o país tenta esconder.
Enquanto isso, sigam tentando cancelar o in-cancelável. Porque o Brasil, esse gigante que tropeça mas não cai, ainda não aprendeu a viver sem barulho — e Bolsonaro, bem ou mal, é o som que o silêncio não consegue calar.
Adolfo Padilha
Jornalista


