O vereador Izaque Silva (PL) se pronunciou nesta sexta-feira (11), em entrevista ao radialista Marcelo Sanches e ao Portal Oeste Cidade, sobre a polêmica envolvendo sua conduta durante uma sessão legislativa na Câmara Municipal de Presidente Prudente. Segundo ele, o episódio teve início nos bastidores da Casa de Leis e se intensificou devido a entraves burocráticos envolvendo seus projetos legislativos.
O vereador Izaque Silva explicou que o desentendimento ocorrido recentemente não foi com nenhum parlamentar, mas sim com um servidor da Câmara Municipal. O impasse surgiu após ele ser informado de que um parecer técnico não seria emitido a tempo para a tramitação de dois de seus projetos.
O primeiro projeto reconhece a gratuidade no transporte público para pessoas acima de 60 anos, protocolado em 12 de maio. O segundo propõe o reconhecimento de Presidente Prudente como capital estadual da batata-doce, protocolado em 23 de junho — a poucos dias da última sessão do semestre, realizada em 30 de junho.
Em entrevista ao portal, o procurador da Câmara, Fernando Monteiro, afirmou ter recebido o projeto com pedido de urgência apenas no dia 28. A declaração causou estranheza em Izaque, que apresentou documentos comprovando que o protocolo foi feito no dia 23. Para o vereador, a demora no encaminhamento do projeto por parte de assessores do Legislativo pode ter sido o estopim de toda a crise instalada.
Diante disso, Izaque pede que os modos operantes dos assessores sejam revistos, ressaltando que seus projetos, mesmo quando protocolados corretamente, enfrentam demora para chegar até o procurador e receber parecer técnico. O vereador cobra mais agilidade e transparência nos trâmites internos da Câmara para garantir que as propostas dos parlamentares possam ser analisadas dentro dos prazos legislativos.
“Essa discussão começou nos corredores, e até hoje eu desconheço o real motivo. O que me incomodou foi o fato de que eu pedi urgência em um projeto e o procurador da Câmara tem a obrigação de emitir parecer. Se ele está ocupado, que passe para outro. É praxe no fim do semestre os vereadores pedirem agilidade na tramitação dos projetos. Chegou ao meu conhecimento que ele [procurador] não daria parecer. Ele não pode obrigar o vereador a retirar um projeto. O papel dele é opinar. Quem decide se a matéria tramita ou não são as comissões e o plenário, que é soberano”, declarou o parlamentar.
Izaque também relatou que um dos seus projetos estava há mais de 40 dias aguardando parecer jurídico, o que teria contribuído para o acirramento do debate, descrito por ele como um “debate acalorado”, sem ofensas dirigidas a outros vereadores.
Assista o video onde Izaque conta o passo a passo de tudo que aconteceu:
Retratação e defesa
Apesar de ainda não ter sido formalmente notificado sobre um eventual pedido de cassação de mandato, nem sobre a solicitação de retratação feita pela Procuradoria Legislativa, Izaque afirmou que já está preparando sua defesa e que fará uma retratação formal na próxima sessão da Câmara.
“Sou cristão e fui criado com valores. Sei que me exaltei, mas as conversas não estão documentadas. O que vale, nesse caso, é o que está registrado oficialmente. Nunca tive problemas com nenhum colega vereador. O debate foi com um servidor da Casa, e acredito que os direitos precisam ser iguais para todos”, disse.
Sobre o servidor envolvido na polêmica, Izaque declarou não manter uma relação pessoal próxima com ele: “Esse cidadão que me acusa, eu visitei apenas uma vez durante todo o meu mandato. Não tenho amizade com ele”.
O vereador ainda reforçou seu histórico de atuação séria, especialmente em pautas comunitárias e sociais, e reiterou sua confiança no julgamento justo dos demais parlamentares.
Izaque afirma que nunca ofendeu nenhum servidor
Durante a conversa, Izaque fez questão de ressaltar sua postura transparente e reafirmou o compromisso com a legalidade e o respeito às instituições. “Em nenhum momento houve qualquer tentativa de desrespeito ao regimento da Casa ou aos servidores. Sempre atuei com base na ética e responsabilidade”, afirmou o vereador.
Ao abordar as acusações de perseguição a servidores do Legislativo, Izaque foi categórico: “Nunca persegui nenhum servidor. O que existe são cobranças por transparência e bom uso do dinheiro público, o que é meu dever enquanto representante da população”, destacou.
Ele também detalhou os bastidores da sessão, esclarecendo pontos que geraram dúvidas na população, como votações interrompidas, debates mais acalorados e supostos conflitos internos. Segundo Izaque, tudo foi conduzido dentro da legalidade e com o devido respeito às normas regimentais.
Por fim, o vereador agradeceu o espaço concedido pelo radialista Marcelo Sanches e reforçou sua disposição em prestar esclarecimentos sempre que necessário. “Tenho compromisso com a verdade e com o povo que me elegeu. Meu gabinete está sempre aberto para ouvir a comunidade”, concluiu
